Eis o tempo da Alegria! Renovam-se as estações no
horizonte da nossa Fé. Eis que surge um tempo novo... o sepulcro está vazio. O ALELUIA antes CONTIDO e agora CANTADO vem para
nos recordar que "a Ressurreição de Jesus Cristo nos dá coragem para
enfrentar tudo que vier" (Bento XVI). Nele, a
Vida canta sua vitória sobre a morte, tornando-se para nós a bússola e o
compasso que nos orienta nos caminhos do Cristianismo. Movidos pela certeza de
que entoaríamos este canto, nos preparamos 40 dias para fazê-lo ecoar na
humanidade inteira. Preparamo-nos vivendo um tempo de reformas e construções do
nosso coração, pois por ele depois dos 4o dias haveria de ter uma passagem toda
especial. A preparação nos recordou que para esta digna passagem nada mais
sensato que arrumar e refazer a casa por meio daquilo que é próprio do tempo
quaresmal: as orações, jejuns e tantas outras práticas.
Depois deste tempo de deserto, agora é tempo das
“flores do Aleluia” se abrirem, pois durante 50 dias em nossa Liturgias,
celebraremos a Páscoa, atualizaremos uma fascinante passagem. Falo assim,
porque gosto da beleza escondida no universo das palavras, pois se bem
explorado, nos sugere explicações simples, mas de muito sentido. A palavra
PÁSCOA, por exemplo, tem sua raiz exatamente no hebraico - PESSACH - da festa
judaica, que recorda a passagem da escravatura no Egito para a liberdade na
Terra prometida. Outra interessante explicação é a sugerida no contexto das
celebrações pagãs - a passagem do inverno para a primavera.
No cenário do Cristianismo, à medida que celebramos
a PÁSCOA, nossa fé vai compreendendo que ela foi o jeito mais especial e
singular de um Deus que resolveu passar por nós e em nós para poder ficar.
Penso que não foi por acaso que tendo Cristo Ressuscitado, resolveu passar por
dois discípulos em Emaús, e ouve deles: "Fica conosco Senhor!"
(Lc 24,29). E o bonito é que realmente Ele fica. Ele sempre fica. Só Ele por
meio do Amor, tem essa linda capacidade de passar por nossas dores, nossos
sofrimentos e por toda nossa condição humana, para nos revelar que Ele não
passa por passar, mas pra ficar. Não passa por nós sem deixar as marcas de sua
passagem, os rastros do seu cuidado amoroso. E quando Ele fica "nossos
olhos se abrem" (Lc 24,31), e passamos a enxergar a vida inteira
com cores de ressurreição. Saboreamos nossa vocação e missão com gosto de
ressurreição, com sabor de alegria!
Bem, meu desejo para este tempo a partir dessa
partilha é que nos convençamos que quando Ele passa tudo realmente se
transforma! Tudo se faz novo, pois, "eis que Ele faz novas todas as
coisas " (Ap. 21, 6). Minha prece a Deus, portanto, é que nesta
Páscoa, Ele continue passando em nossa história, nossa vida, nossos projetos e
sonhos, nossas lutas, nossa vocação e missão, e nos faça contemplar cada
realidade a partir dos olhos da Ressurreição! Feliz Páscoa meus irmãos!
Seu irmão,
Jerônimo Lauricio.
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