terça-feira, 31 de janeiro de 2012

“Não tenhas medo. Basta ter fé!”




“(...) Ele estava ainda falando, quando chegaram alguns da casa do chefe da sinagoga, e disseram a Jairo: “Tua filha morreu! Por que ainda incomodas o mestre?”Jesus ouviu a notícia e disse ao chefe da sinagoga: ‘Não tenhas medo. Basta ter fé!’ (...)” (Mc 5,35-36)

Meditando o evangelho uma pergunta ressoa em nosso coração – até que ponto pode o medo ofuscar a nossa fé? Encontramos na sociedade milhares de pessoas passando por fracassos e desilusões, e isso acarreta a proliferação de diversas fobias. As pessoas estão desenvolvendo medo para a luta, estão produzindo em si os frutos da falta de esperança e não é por pouco. Em um mundo onde o consumismo impera como “deus” as pessoas se esqueceram do VERDADEIRO DEUS, e mais que isso, esqueceram-se que n’Ele está o nosso refúgio e por isso sentem medo de forma exacerbada.

Eu acredito no evangelho! Eu acredito que se a humanidade desejar, pode mudar e construir um mundo novo. Eu acredito em VOCÊ caro leitor, acredito que se você quiser, se desejar ardentemente pode destruir o medo e impedir que ele seja maior que sua fé. Novamente volto à meditação do evangelho e pergunto: Se estivéssemos no lugar de Jairo teríamos perdido a esperança? Se fossemos nós os protagonistas da passagem, teríamos perdido a esperança? Acredito piamente que a resposta de muitos seria afirmativa. Entretanto, lanço novamente a pergunta acrescentando algo novo: Se estivéssemos no lugar de Jairo, teríamos perdido as esperanças mesmo estando na presença de Jesus? Pode ser que para responder a esta pergunta encontremos certo incomodo, isso porque somos despertados a pensar sobre como vai a nossa Fé e nos provoca para uma mudança de atitude.

Caro amigo, percebe como nossa fé é ainda abalável? Consegue perceber como ainda esmorecemos facilmente diante dos obstáculos e das provações que a vida nos impõe? Nós esquecemos que JESUS CRISTO está conosco, não apenas nas dificuldades, mas em todos os momentos! Esquecemos que Ele é o SENHOR da VIDA! Ele venceu a morte e absolutamente nada, nenhum obstáculo ou situação pode nos desvencilhar. É curioso entender como nossa Fé é indestrutível nos momentos bons. Contudo, basta uma dificuldade e pronto, tudo vai por água abaixo!

Jesus está conosco. E para crer nisso é preciso controlar o nosso medo e deixar que a nossa Fé ande livre pelo nosso coração e pelo nosso entendimento. Assim como Jairo é preciso crer que Jesus pode mudar a situação, Jesus pode fazer com que a morte, se torne vida. É isso que Jesus deseja de nós, deseja de mim e de VOCÊ! Nos momentos difíceis, quando o medo tentar nos dominar, lembremos-nos de JESUS RESSUSCITADO, e assim teremos a certeza que NADA, absolutamente nada pode nos derrotar! Então ‘Não tenhas medo. Basta ter fé!’

Desejo ardentemente que Cristo seja nossa força, e que o AMOR que emana d’Ele cure todo o medo do nosso coração! Peçamos a graça de não sentir medo!

Abraço Fraterno
Gabriel Calvi

Vídeo / Dizem - Trazendo a Arca

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

PORTA FIDEI - A PORTA DA FÉ




Um novo tempo se abre diante dos nossos olhos. É tempo de entrar pela Porta aberta pelo Bom Mestre. Estamos vivendo o Ano da Fé, que iniciará em 11 de outubro de 2012, e terminará em 24 de novembro de 2013, Solenidade de Cristo Rei do Universo. "Será um momento de graça e de empenho para uma sempre mais plena conversão a Deus, para reforçar a nossa fé n'Ele e para anunciá-Lo com alegria ao homem do nosso tempo", diz o Santo Padre, o Papa Bento XVI na Carta Apostólica Porta Fidei - A porta da Fé.

Irmãos, tenho aprendido que é sempre bom explorarmos o universo das palavras para bem compreendermos tudo o que elas carregam em seu interior. Ao me deparar com a palavra virtude, por exemplo, logo me encontro com a expressão latina “virtus“, que significa a força, a capacidade. Quando tomamos estes significados e os mergulhamos na virtude da fé, logo entendemos o porquê de uma Carta Apostólica tão bela para o nosso tempo!

A respeito da virtude teologal ou dom da fé, não são poucos os tratados teológicos e filosóficos que tentam explorar do seu universo. Mas um caminho tão cheio de beleza e sugerido pelo nosso Papa é aquela que o Apóstolo Paulo nos recorda em sua carta aos Hebreus: “A fé é um modo de já possuir aquilo que se espera, isto é, de está firme na esperança e conhecer realidades que não se vêem” (Hb 11, 1). Para os gregos ter fé é crer, confiar, portanto, construir uma relação confiante. Por outro lado, a palavra hebraica para “crer” significa “está firme” com segurança e solidez. Neste sentido, no Profeta Isaías lemos: “Se não crerdes, não vos firmareis, não permanecereis” (Is 7, 9). Aqui então encontramos um detalhe rico de que a Carta aos Hebreus retomou o conceito judaico de fé e combinou com a noção grega. E isto é interessante porque o homem virtuoso na fé, traz em si, portanto a força e capacidade de ver além. Está firme numa realidade que não vê, mas na qual crê. Ele olha a semente e encontra nela a condição de árvore que ela traz em si.

Uma noção semelhante de fé encontramos no Evangelho de João. Para ele ter fé é a maneira bem determinada de ver a realidade. Quem crê, vê atrás do véu, para além das coisas. Seu olhar penetra além das aparências. Levanta o véu que cobre tudo. A fé o remete para outra realidade, à riqueza interna da alma, que na sua essência alcança o que está em Deus. Por isso que toda a nossa vida, precisa passar pela porta da fé, pois é ela que nos permite tocar o céu. E como bem disse o Santo Padre: "a PORTA DA FÉ, que introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada na sua Igreja, está sempre aberta para nós. É possível cruzar este limiar, quando a Palavra de Deus é anunciada e o coração se deixa plasmar pela graça que transforma". Entremos irmãos por essa porta de salvação, pois o Cristo que nos chama e espera nos diz tão somente: “Conheço as tuas obras: eu pus diante de ti uma porta aberta, que ninguém pode fechar; porque, apesar de tua fraqueza, guardaste a minha palavra e não renegaste o meu nome” (Ap 3,8).


Seu irmão, Jerônimo Lauricio.

Vídeo / Iluminar - Padre Fábio de Melo

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

UM CORAÇÃO DISPONÍVEL AO AMOR

“(...) Jesus, então, olhou ao seu redor, cheio de ira e tristeza, porque eram duros de coração (...)” (Mc 3,5)

O que ocasiona a dureza de coração? O que torna um coração amargurado? Uma das respostas para essa pergunta pode ser a seguinte; um coração de pedra é produto de uma série de derrotas, de decepções. Um coração de pedra pode nunca ter aprendido o que é amar, ou nunca devem ter lhe ensinado o que é o amor. No entanto, uma coisa é certa – coração de pedra é tudo o que nós não precisamos.

Analisando o evangelho de Marcos (3,1-6), podemos constatar que um coração endurecido não é capaz de presenciar o amor de Deus, pois não há espaço para Deus onde o Ego triunfa. Mais profundamente, um coração de pedra é incapaz de amar, incapaz de ser afetado pelo carinho do próximo, incapaz até de perdoar. Os fariseus manifestaram exatamente isso, foram irredutíveis com Jesus, não se importaram se Ele realizaria um milagre ou não. Fecharam-se em seus egoísmos, tornaram-se “deuses” de si mesmos e pretendiam incriminar Jesus. Por que tudo isso? Infelizmente os fariseus não estavam com os corações abertos para perceber a manifestação messiânica de Jesus, não se importaram em analisar Jesus com calma, minuciosamente. Munidos de hipocrisia apenas o julgaram, e de forma injusta, com o único intuito de matá-lo.

Amigos, corremos o risco de ter a mesma atitude farisaica. Para que isso não ocorra necessitamos procurar à Deus, necessitamos da graça de um coração de carne que não seja orgulhoso, arrogante ou egoísta. Ao contrário, precisamos de um coração que saiba se reconhecer dependente de Deus, que tenha a humildade para amar e para pedir perdão! E para ter um coração nessas configurações é preciso manifestar o desejo de mudança, e a partir dessa chave poderosa, abrir-se inteiramente ao Senhor da Vida!

Reze comigo: Deus Pai de bondade venho hoje te entregar meu coração, lembrando que Tu me deste o teu quando morreu por mim naquela Cruz. Cura-me Jesus! Liberta o meu coração de todo egoísmo, inveja, ciúmes, vaidade, falta de perdão e de todas as trevas do pecado. Eu me decido, QUERO TE ENTREGAR MEU CORAÇÃO, e tenho a CERTEZA de que Ele se transformará pelo teu amor em um coração de carne! Amém!

"Não julgo segundo os critérios do homem: o homem vê as aparências, mas o Senhor olha o coração” (1Sm 16,7b)

(Se você necessita de um coração de carne, pode rezar todos os dias essa oração) – (Há quanto tempo você não se confessa? – Que tal começar a transformação pelo Sacramento da Confissão? – Fica a Dia!)

Abraço Fraterno
Gabriel Calvi



Vídeo / Coração Igual ao Teu - Ana Paula Valadão

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

2012 - Ano de caminhar sob os passos da autoridade do Amor!



Nestes primeiros dias do ano, permitam lhes partilhar irmãos, o quanto cada vez mais tenho me convencido que nossos gestos precisam estar o tempo inteiro envolvidos no Amor Redentor de Jesus. Me explico: Redenção é aquela bonita experiência que podemos fazer de sermos retirados de um lugar ou posição inferior e sermos colocados num lugar e/ou posição nobres. A partir do horizonte do Cristianismo, é como sermos levados da condição de “Adão” à condição do “Cristo”, onde sua autoridade amorosa nos tira da miséria do pecado e nos leva à Redenção.

E por que autoridade amorosa? Autoridade vem do latim – AUGERE – e significa aumentar, elevar, fazer crescer. Diferentemente do que sabemos, a autoridade verdadeira não reclama para si uma posição ou estado de superioridade face ao outro. Ao contrário, quando enraizada no Amor, ela revela em sua essência a certeza de que quem faz uso dela, para acreditar em sua própria grandeza não precisa rebaixar o outro, mas de outro modo elevá-lo, fazê-lo crescer…. É isso que a autoridade de Cristo faz com a nossa condição humana. Nos retira do “solo adâmico”, lava nossos pés (Jo 13, 4-5), e nos faz experimentar o seu Amor Redentor.

É interessante que esta autoridade de Jesus incomoda os fariseus e escribas do seu tempo, pois, “com efeito, Ele ensinava como quem tinha autoridade e não como eles, os escribas” (Mt 7, 28-29). É tão bonito como Jesus olha para cada um dos que Ele encontra em seu caminho, lhes devolvendo a condição de homem novo e de mulher nova, que foi subtraída pela miséria do pecado. São tantas curas, tantos encontros, tantas devoluções… Jesus quando viu por exemplo a Maria Madalena, Ele fez com que aquela mulher voltasse a ver aquilo que ela era, não uma prostituta, mas uma filha de Deus criada por Ele, e não aquilo que o pecado a tornou (Jo 8, 1-11).

Outros encontros amorosos são o de Jesus com Zaqueu (Lc 19, 1-9); a cura do cego de Jericó (Lc 18, 35-43); a escolha dos Apóstolos (Mt 10, 1-8)… Bem, o que não falta é ocasião e terreno para Jesus cultivar as sementes desta autoridade que ama e salva. O tempo inteiro como discípulos a gente corre o risco de não saber cultivar destas sementes, muito embora o Bom Mestre tenha nos ensinado. A gente corre o risco até de oscilar no comportamento daqueles fariseus que se dirigiam a Jesus perguntando-lhe: “Dize-nos com que direito fazes essas coisas, ou quem te deu essa autoridade?” (Lc 20, 2). A propósito, diante desta pergunta, não é de estranhar que Jesus tenha se recusado a lhes responder (Lc 20, 8). A grandeza destes gestos está velada no Amor, e só quem ama é capaz de percebê-los e exercitá-los. Os fariseus certamente tinham alguma dificuldade, porque se calçavam o tempo inteiro em uma falsa autoridade enraizada no homem velho. E aqui permitam-me ir um pouquinho mais na gênesis daquela pergunta: ao que parece, aqueles escribas agem assim porque desprezam ou desconhecem o verdadeiro sentido de homem que é recordado na autoridade amorosa de Jesus. E aqui penso que é interessante saber que a palavra grega para homem é ANTHROPOS e vem de ANATRAPEIN, significando pois, “reerguer alguma coisa” , trazê-la para cima. Curioso é que a Biologia e sua Lei da Evolução nos sugere esta mesma explicação quando fala da gênesis do homem: caminhávamos, segundo ela cabisbaixos, encurvados, e aos poucos nos tornamos eretos. (Bem, isso não entra no mérito da nossa partilha... citei a título de curiosidade). De qualquer modo, penso que este detalhe nos permite entender o que Jesus em sua Autoridade nos faz quando nos encontramos encurvados pelo peso do pecado e de toda miséria humana: o seu Amor nos faz homens e mulheres novos, reerguidos, voltados para o alto!

Uma última palavra agora é sobre o ”direito” reclamado por aqueles fariseus a Jesus. Ele é tão simples e redentor quanto a Autoridade. Veja bem: a raiz da palavra direito é a mesma do verbo latino “REGERE” , isto é, conduzir, endireitar, reger… Quando nos encontramos com Jesus, o seu Amor nos eleva e nos conduz por caminhos antes nunca percorridos. E o bonito é que depois de elevados e conduzidos nossa missão é endireitar o caminho de outros e também fazê-los crescer, para que se cumpra o desejo de Jesus quando nos diz: “Toda autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, pois, e ensinai a todas as nações;batiza-ias em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo. Ensina-os a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias até fim” (Mt 28, 18-20). Assim sendo meus queridos, queiramos ao longo deste novo ano caminhar sob à Autoridade do Amor, para que através dela conduzamos e ergamos todos quantos o Senhor nos permitir encontrar. Ah… não nos preocupemos como e o que faremos, só queiramos fazer! Abramo-nos à Graça e o milagre da missão acontecerá. Em gestos simples como um sorriso, uma palavra, um afeto, uma acolhida, uma oração, uma escuta, um silêncio, ainda que pequenos, quando feitos amorosamente realizam GRANDES coisas! Um Ano de Graça e Amor a todos!

Seu irmão,
Jerônimo Lauricio.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

O DENTE DE LEÃO



Florzinha instigante é o dente de leão. Sua capacidade de crescer nos terrenos onde é semeada ou onde foi transportada pelo vento leva-nos a uma certeza: ela possui em si a vontade de viver. E mais do que isso, tem a capacidade de fazer brotar a vida onde quer que seja. Logo, não importa o tipo do terreno – seja ele, rico ou pobre, fértil ou infértil. Dentro de si o dente de leão tem o combustível necessário para criar a esperança. Esperança que talvez, para alguns, tenha se perdido há muito tempo.

“Devo florescer onde Deus me plantar” (São Francisco de Sales)

A frase deste grande Santo entra em conformidade com a atitude da florzinha tema do texto. Ela assume o sentido total da frase. Não importa o lugar para o qual é transportada, no final sempre encontra um terreno que a acolherá e que fornecerá tudo aquilo que necessita para chegar ao seu objetivo, levando sempre em consideração as possibilidades do terreno.

Assim como a nossa protagonista, nós somos convidados a ter atitudes semelhantes. Os caminhos de Deus são os mais seguros, entretanto, pra cada fase da nossa vida existe um tipo de terreno em que somos plantados e cada um deles contribui para o nosso crescimento. Contudo, só é possível ser transportado de um terreno para o outro se conseguirmos florescer, se conseguirmos dar exatamente aquilo que Deus espera.

Os campos são múltiplos e proporcionam as mais diversas experiências. Todavia, para passar para outros estágios é necessário produzir sementes para que os ventos da vontade de Deus os transportem para os próximos campos. Sem a semente não há próxima etapa e, consequentemente, a vida deixa de existir. Aquilo que possibilita o desabrochar da flor vem do fertilizante do amor que emana Deus. Esta realidade nos conduz a certeza de que nossas vidas necessitam de Deus para florescer, carecem do adubo da oração, da confiança e principalmente da espera. Essas necessidades permitem dar o fruto esperado.

Florescer onde Deus nos plantar não é um processo rápido, ao contrário, é vagaroso, mas com se confiarmos n’Ele temos a certeza de que as flores desabrocharão no tempo certo e da forma esperada.

Abraço Fraterno
Gabriel Calvi

Vídeo / A tua vontade - Gen Festa (Heliomar Ferreira)