Jesus não poderia
modificar aquilo que já existia na antiguidade, não poderia passar por cima da
lei dos homens. O primeiro passo para ser respeitado e visto de fato como “O Messias”,
o enviado por Deus e ligado diretamente a Ele, seria respeitar as leis dos
homens. Infelizmente ai se encontra o grande erro do povo da época. Pois, o
Messias esperado era imaginado como um revolucionário, anarquista, que viria
para acabar com as leis e conceder a liberdade a todos àqueles que se
encontravam escravizados. Não! Cristo supera as expectativas, mesmo diante da
incompreensão da sociedade da época. A lei do amor é a lei máxima, a “lei
áurea” do Cristianismo, e tem como objetivo libertar os homens. No entanto, ao
que muitos não conseguem perceber existem sementes dela na lei dos homens! Mas
como isso é possível?! Como algo que é perfeito como a lei do amor, pode ter
ligação com a imperfeita lei dos homens?
Quando se fala em lei do
amor, ou mandamento do amor, estamos abrangendo todos os sentimentos
existentes. Logo, o respeito, entre tantas outras forma se tornam “o
cumprimento perfeito da lei” (Rm 13,9-10). Ou ainda, ao respeitar as leis e
andar em conformidade com elas, eu permaneço dentro do respeito e do amor à
sociedade, sendo assim, existem “germes” de amor em minhas atitudes. É por isso
que Jesus respeitou a lei, porque ele entendia a lei do amor como lei
universal, entretanto, sabia que se não respeitasse a lei dos homens, o seu mandamento
universal seria incoerente.
Quer dizer então que
Jesus era submisso às leis dos homens? Não! Jesus era um entendedor de tais
leis, mas sabia que a verdadeira lei, o amor, só existiria se houvesse uma
harmonia entre as elas. Mas e no caso de não cumprir a lei no momento em que
ele cura um doente no dia de sábado, ou na ocasião em que seus discípulos
trabalham colhendo espigas de milho para comer também em dia de sábado, ou
ainda podemos citar nas vezes em que seus discípulos não lavam as mãos antes de
comer, isso era não descumprir as leis?
Jesus entendia o que era
prioridade quando o assunto era cumprir leis, e o ser humano sempre foi uma
delas. No caso da cura no dia de sábado, ele vai ao encontro do enfermo e o
tira de sua condição porque sabe que não há nada maior e acima da lei do que a
ajuda ao necessitado ou àquele que precisa de socorro. Sendo assim, não é
errado dizer que amparar o desprovido ou proporcionar um encontro dele com Deus,
é estar em concordância com a lei do amor e também com a lei dos homens, que
mesmo com uma conotação farisaica previa o bem estar da sociedade. Da mesma
forma com os outros casos. A lei dos homens deixa de ser prioridade quando
alguém necessita da salvação ou de se reencontrar-se.
Abraço Fraterno
Gabriel Calvi
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