quarta-feira, 29 de junho de 2011

DEIXAR-SE CONDUZIR



“Não sei para onde Deus me leva, mas sei que Ele me conduz”

Edith Stein quando escreveu essa frase com certeza sabia o que era ser conduzida pelo Senhor. Com certeza aprendeu e entendeu o que era se abandonar nas mãos do Mestre. É por isso que ela em uma frase colocou seus ensinamentos, para que outras pessoas que possuíssem o mesmo desejo pudessem descobrir a mística que se encontra em ser regido pela mão de Deus.

Nós somos convidados a fazer a mesma experiência, somos chamados a nos entregar confiantes nas mãos do Senhor para que Ele nos conduza pelas suas veredas. No entanto, se faz necessário entender antes o sentido de ser guiado.

Logo nos primeiros meses de vida nós aprendemos a engatinhar o que depois vai se transformando em breves e inseguros passinhos de quem anseia por caminhar. Uma mãe nessa fase da vida em que o aprendizado é necessário permanece atenta observando os passos do seu filho e feliz pelo seu desenvolvimento. Contudo, ela nunca se afasta do filho e às vezes é necessário que ela o ajude segurando em suas mãos e guiando-o pelos obstáculos que vão aparecendo pela trajetória, e mesmo sem entender, nós nos deixamos guiar, pois temos a segurança naquela que está ali nos ensinando.

Diante disso é preciso entender que assim como os primeiros passos de uma criança onde confiar na mãe é necessário, assim também é preciso confiar que Deus sendo o TUDO de nossas vidas pode nos guiar. Portanto, não há nenhuma possibilidade de ser guiado por Ele se não confiarmos verdadeiramente em sua capacidade de nos proteger e de nos direcionar. Só quem CONFIA e sabe se entregar é capaz de fazer a experiência de ser direcionado pelos caminhos do Senhor.

E assim como mãe que ajudou o filho andar e que agora começa a soltar a mão para que ele caminhe sozinho, mas sem deixar de ajudá-lo e conduzi-lo, assim também é Deus conosco, quando aprendemos a confiar e acreditar que os lugares em que Ele nos direciona são os mais seguros mesmo apresentando obstáculos e dificuldades nós o trazemos para o centro de nossa vida. E como Edith Stein acreditou, nós também podemos acreditar que Ele tem o controle de nossas vidas, pois a entregamos em suas mãos, e podemos assim verdadeiramente dizer como Edith – “não sabia para onde Deus a levava mas tinha a certeza de que onde quer que ela fosse era o próprio Senhor quem a conduzia”.

Caríssimos amigos, mais uma vez é preciso dizer que somos convidados a fazer o mesmo gesto de Edith, mas para isso é preciso três coisas que devemos nunca esquecer: QUERER, CONFIAR, ACREDITAR. Faça a experiência!
Abraço Fraterno!
Gabriel Calvi

Vídeo / Barco a Vela - Eliana Ribeiro

CREIO, MAS NÃO PRATICO



Por Dom Murilo S. R. Krieger, scj

Quando, num encontro de amigos, a conversa gira em torno de assuntos religiosos, é comum alguém declarar, com naturalidade e segurança: "Creio, mas não pratico!" Trata-se de uma afirmação que parece ser tão bem formulada, tão lógica, que, normalmente, ninguém a contesta. Assim, dias depois, em outro grupo, se a discussão for também sobre questões religiosas, é possível que alguém volte a fazer a mesma afirmação. Mais do que uma afirmação isolada, essa idéia de que se pode acreditar sem colocar em prática aquilo em que se acredita é tão comum que já se tornou uma mentalidade em muitos ambientes.

A justificativa desse comportamento varia de pessoa para pessoa. Há aquela que deixou de lado a prática religiosa pela decepção com um líder da comunidade; outra, sem perceber, abandonou, pouco a pouco, sua vida de fé: passou tanto tempo sem ler a Palavra de Deus, sem rezar e sem assistir à missa dominical que, quando notou, já havia organizado sua vida de tal maneira que não havia mais espaço para expressões religiosas; outras pessoas tinham um conhecimento tão superficial de sua religião que, sem grandes questionamentos, a abandonaram. Há, também, as que procuram o batismo dos filhos, a missa de formatura ou de sétimo dia, tão somente como atos sociais.

Afinal, é possível crer sem praticar? Algumas pessoas deixam a prática religiosa com o argumento de que buscam uma maior autenticidade. Dizem não gostar de normas e ritos: preferem uma religião "mais espiritual", sem estruturas. Esquecem-se de que somos seres humanos, não anjos. Os anjos não precisam de sinais, gestos e palavras para se relacionarem. Nós, ao contrário, usamos até nosso corpo como meio de comunicação. Traduzimos nossos sentimentos com um sorriso ou um aperto de mão, uma palavra ou um tapinha nas costas; fazemos questão de nos reunir com a família nos dias de festa e telefonamos para o amigo, cumprimentando-o no dia de seu aniversário; damos uma rosa para nossa mãe e nos encantamos com o gesto da criança que abre seus braços para acolher o pai que chega. Como, pois, relacionar-nos com Deus tão somente com a linguagem dos anjos, que nem conhecemos?

A fé nos introduz na família dos filhos e filhas de Deus; nela, é essencial a prática do amor a Deus e ao próximo. Nossa família cristã tem uma história, uma rica tradição e belíssimas celebrações. Pode ser que alguém não as entenda. Mas, antes de simplesmente ignorá-las ou, pior, de desprezá-las, não seria mais prudente procurar conhecê-las, penetrar em seu significado e descobrir seus valores? O essencial, já escreveu alguém, é invisível aos nossos olhos.

Não se pode querer uma fé sem gestos, com a desculpa da busca de maior autenticidade. O Pai eterno, quando nos quis demonstrar seu amor, levou em conta nosso jeito de ser, de pensar e agir. Mais do que expressar "espiritualmente" seu amor, concretizou-o: enviou-nos seu Filho, que habitou entre nós. Algumas Bíblias, em vez de traduzirem o ato descrito pelo evangelista João, na forma clássica - "e o Verbo se fez carne, e habitou entre nós" (Jo 1,14) -, preferem a expressão: "e armou sua tenda no meio de nós", para expressar a idéia de que Deus, em Jesus Cristo, passou a morar em uma tenda ao lado da nossa. Em sua primeira carta, S. João dá um testemunho concreto dessa experiência de proximidade: "O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e o que as nossas mãos apalparam da Palavra da Vida (...) isso que vimos e ouvimos, nós vos anunciamos, para que estejais em comunhão conosco" (1Jo 1,1.3). Ele considerou ter sido uma graça especial ter podido ouvir, ver e tocar o Filho de Deus. Jesus, por seu lado, tendo assumido a natureza humana, submeteu-se a ritos: passou noites em oração, foi ao Templo de Jerusalém e freqüentou sinagogas.

"Creio, mas não pratico". A fé ("creio") e a vida ("não pratico") não podem estar assim separadas. Por sua própria natureza, devem estar unidas. Uma fé sem obras é morta; obras, mesmo que piedosas, sem fé tornam-se vazias.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Amai os vossos inimigos...


“Amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos (maltratam e) perseguem.” (Mt 5,44)

Existem duas novidades nas palavras de Jesus, a primeira é o seu mandamento da qual nós conhecemos e tentamos na simplicidade de nossas vidas executar que é o amor. A segunda novidade e talvez a mais desafiadora de todo evangelho e que também está intrínseca na primeira novidade – “O amor aos inimigos”.

O amor acontece porque enxergamos nos outros características que se assemelham às nossas ou que difere das nossas e que nos impressionam. Amamos o próximo porque ele nos cativa e faz bem para nossa vida, tornando-nos pessoas melhores, mais humanas. Isto é esplendido e é realmente o que Jesus quer de nós, contudo, Ele vai além e ultrapassa a barreira da afinidade e pedindo-nos para que amemos os nossos inimigos.

O amor ultrapassa a barreira da amizade, ultrapassa o nosso entendimento e atinge todas as pessoas. Portanto, como amar os inimigos?

É possível amar nossos inimigos tentando descobrir neles o rosto de Cristo, por mais que defeitos que o nosso próximo tenha, devemos lembrar que também apresentamos defeitos e às vezes mais difíceis do que os dos nossos semelhantes. Isto nos leva a concluir que SIM, é possível amar os nossos inimigos, começando pela oração, rezando por eles e acreditando que eles são face de Cristo para outras pessoas e tem dentro de si o mesmo desejo nosso de ser cada vez mais de Deus.

Peçamos a Deus a graça de amar aqueles que nos fazem mal e nos perseguem e ainda que possamos ver neles a face do Pai que se revela a todos!

TENHA UM DIA ABENÇOADO! 

Vídeo / Força e Vitória - Eliana Ribeiro