Já há
algum tempo tenho questionando e observado a nossa capacidade de relacionar-se
com o outro. Confesso que fico perplexo com a aparente e decepcionante
superficialidade apresentada hoje nas relações interpessoais em geral. As
pessoas deixaram de procurar por alguém que as completem e que permitem o
enriquecimento de suas vidas, e começaram a buscar outras que pareçam exatamente
consigo mesmas. Ou seja, a procura na atualidade é pelo egocentrismo exacerbado
e doentio.
A
disponibilidade em conhecer o outro interiormente com todas as suas qualidades
e dificuldades deu lugar ao culto do corpo e, consequentemente, a exterioridade.
Não se nota mais a preocupação com a “alma” do amigo(a), do namorado(a) ou do
esposo(a), isso já foi sendo praticamente abolido da sociedade, o que realmente
importa é o quão bonito o outro deve ser para que assim eu possa apresentá-lo
como um troféu – (Decepção!)
Convido você, amigo leitor a fazer a
diferença, a olhar para o outro como joia rara, olhar como pedra preciosa na
certeza de que tudo o que ele possui pode ser compartilhado contigo e pode
proporcionar a ti experiência de vida e enriquecimento de alma. Convido você a
adentrar no tabernáculo santo que é o coração de um amigo(a), namorado(a) ou
esposo(a). É imprescindível sair da superficialidade e descobrir o quanto o outro
pode ser importante para mim.
Questiono
ainda a fugacidade dos namoros, casamentos e até mesmo das amizades e faço a
seguinte pergunta: Será que não procuramos no outro apenas as coisas boas e esquecemos-nos
de acolhê-lo em sua totalidade? – este é um grande risco que corremos ao aceitá-lo
apenas com suas alegrias e ignorando seus defeitos e fragilidades. É devido a
isso que os casamentos mais recentes se dissolvem rapidamente e os namoricos
não “sobem a serra”, estamos nos esquecendo da totalidade e buscamos conhecer
apenas uma parte do outro, ou seja a melhor – Tudo Errado!
De
forma geral o convite feito é de nunca tratar o outro como mero objeto, mas sim,
como um ser singular nas mãos do Criador. É preciso aceitá-lo por inteiro,
assim como também é preciso existir uma autopercepção das nossas dificuldades e
não motivar a loucura de que somos perfeitos. Cultivar um olhar interior pode
contribuir para o desenvolvimento de boas relações que nascem da gratuidade e
principalmente da sinceridade! Não há algo mais belo do que uma relação entre duas
pessoas que reconhecem suas imperfeições e assim criam a disponibilidade de
crescerem juntas!
Abraço
Fraterno
Gabriel
Calvi
Um comentário:
Adorei Biel. É isso mesmo. Muitas vezes as pessoas nos olham mas não nos enxergam. Acho que é a pressa. Eu também quero aprender a olhar devagar. Te amo amigo, me perdoe pelas vezes que na pressa deixei de te olhar, mas saiba que você está sempre no meu coração, no meu pensamento e nas minhas orações.
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