quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

UM OLHAR INTERIOR




Já há algum tempo tenho questionando e observado a nossa capacidade de relacionar-se com o outro. Confesso que fico perplexo com a aparente e decepcionante superficialidade apresentada hoje nas relações interpessoais em geral. As pessoas deixaram de procurar por alguém que as completem e que permitem o enriquecimento de suas vidas, e começaram a buscar outras que pareçam exatamente consigo mesmas. Ou seja, a procura na atualidade é pelo egocentrismo exacerbado e doentio.

A disponibilidade em conhecer o outro interiormente com todas as suas qualidades e dificuldades deu lugar ao culto do corpo e, consequentemente, a exterioridade. Não se nota mais a preocupação com a “alma” do amigo(a), do namorado(a) ou do esposo(a), isso já foi sendo praticamente abolido da sociedade, o que realmente importa é o quão bonito o outro deve ser para que assim eu possa apresentá-lo como um troféu – (Decepção!)

 Convido você, amigo leitor a fazer a diferença, a olhar para o outro como joia rara, olhar como pedra preciosa na certeza de que tudo o que ele possui pode ser compartilhado contigo e pode proporcionar a ti experiência de vida e enriquecimento de alma. Convido você a adentrar no tabernáculo santo que é o coração de um amigo(a), namorado(a) ou esposo(a). É imprescindível sair da superficialidade e descobrir o quanto o outro pode ser importante para mim.

Questiono ainda a fugacidade dos namoros, casamentos e até mesmo das amizades e faço a seguinte pergunta: Será que não procuramos no outro apenas as coisas boas e esquecemos-nos de acolhê-lo em sua totalidade? – este é um grande risco que corremos ao aceitá-lo apenas com suas alegrias e ignorando seus defeitos e fragilidades. É devido a isso que os casamentos mais recentes se dissolvem rapidamente e os namoricos não “sobem a serra”, estamos nos esquecendo da totalidade e buscamos conhecer apenas uma parte do outro, ou seja a melhor – Tudo Errado!

De forma geral o convite feito é de nunca tratar o outro como mero objeto, mas sim, como um ser singular nas mãos do Criador. É preciso aceitá-lo por inteiro, assim como também é preciso existir uma autopercepção das nossas dificuldades e não motivar a loucura de que somos perfeitos. Cultivar um olhar interior pode contribuir para o desenvolvimento de boas relações que nascem da gratuidade e principalmente da sinceridade! Não há algo mais belo do que uma relação entre duas pessoas que reconhecem suas imperfeições e assim criam a disponibilidade de crescerem juntas!


Abraço Fraterno
Gabriel Calvi

Um comentário:

Cylene França disse...

Adorei Biel. É isso mesmo. Muitas vezes as pessoas nos olham mas não nos enxergam. Acho que é a pressa. Eu também quero aprender a olhar devagar. Te amo amigo, me perdoe pelas vezes que na pressa deixei de te olhar, mas saiba que você está sempre no meu coração, no meu pensamento e nas minhas orações.